Ramiro Farjalla, Advogado.
A capacidade inovadora do animal humano (parte 1)
No período de quarentena, mergulhei na literatura do Yuval Harari, autor do best seller Sapiens.
Antes de ler a obra, li Homo Deus, do mesmo autor e, logicamente, fiquei bem curioso em ler o Sapiens.
Ambas as obras, além da autoria de Harari, destrincham a evolução da humanidade e leva à compreensão da própria espécie animal humana.
Sempre tive interesse em saber a diferença do animal humano do não humano, por ter uma mente poderosa que lhe capacitou ao longo da história a inovar e, consequentemente, alterar o ambiente natural e sua própria natureza, cujos impactos positivos e negativos se fazem presentes na atualidade.
Pode-se dizer que o animal humano foi o único da espécie a transcender de sua animalia, deixando de seguir restritamente o curso da natureza quanto à necessidade de se alimentar, em prol da sobrevivência, e de procriar para dar continuidade à própria espécie, para idealizar e “criar” seu próprio mundo e contar a sua própria história com suas inovações, sejam elas tecnológicas, administrativas, legais e políticas, sem levar em conta a ordem desses fatores.
Ao lado da inventividade, o Homo Sapiens (assim é classificada cientificamente a nossa espécie ou animal humano), usou da sua linguagem para expressar a imaginação e explicar, com riqueza de detalhes, as vivências, os sentimentos e os pensamentos, tomando como base outro diferencial em relação às demais espécies animais: a capacidade de crença, ou seja, de acreditar nas próprias ideias e propagar ao grande público.
Qual é a razão da capacidade inovadora do Sapiens?
Resumidamente, a nossa espécie como animal era relativamente mais frágil ou vulnerável (peguei esse termo emprestado de outros autores), no aspecto físico, situado na cadeia alimentar intermediária, e utilizou de tais capacidades acima descritas para sobreviver e lidar com o planeta onde habita.
Ao fazer a leitura de Sapiens, Harari tratou do potencial inovador do animal humano como “Revoluções”, porque cada inovação correspondeu à transformação, ou seja, o poder de mudar a realidade do ambiente, inicialmente natural, acreditando para melhor.
Como próprio o nome diz, homo (homem/humano) e sapiens (saber/pensar) são duas palavras que traduzem ao homem que pensa e constrói saberes, conhecimentos ou técnicas, que, de acordo com as necessidades, interesses e aspirações (e ambições também), tornar-se a espécie animal complexa de realizações de seus desejos de transformação, que geraram impactos positivos em prol de sua existência, mas também degradou o planeta onde vive e que garante a própria vida.
Tamanha a contradição, que a pandemia do COVID-19 e as inovações tecnológicas representam o ápice do poder de inovação e degradação, e vice-versa, que o animal humano precisou e está precisando se reinventar.
Este é o tema esta que será aprofundado na 2ª parte deste artigo.
Como uma prévia, convido você a assistir ao resumo animado abaixo, sobre o livro: 21 lições para o século 21, de Yuval Harari.
Ramiro Farjalla - Advogado, na Victor Farjalla Advogados | Pós-graduado em Direito Ambiental do Trabalho | Mestre em Educação Ambiental pela Universidade Católica de Petrópolis - UCP.
Ramiro, este 1º artigo sobre Yuval Harari elucida muito bem os liames do desenvolvimento humano, citando os livros do autor judeu: SAPIENS e HOMO DEUS (recomendo a leitura). Também, teremos no próximo artigo novas descobertas do Harari, através do livro: 21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21, onde veremos informações importantes para enfrentar o mundo pós-moderno, líquido e digital. Vamos juntos, pois o futuro é agora!